Troca do Óleo do Câmbio

03/08/2011 10:18

Câmbio automático troca óleo

Até alguns anos atrás, quando o câmbio automático era um acessório raro e caro, muitos profissionais respeitados do ramo da reparação automotiva defendiam fervorosamente a tese de que não se devia substituir o fluido do conjunto. E as justificativas eram as mais variadas: enquanto uns alegavam que o fabricante não queria que o fluido fosse trocado, tendo como base a falta do bujão de esgotamento em alguns câmbios, outros defendiam a hipótese de que o fluido novo removeria a sujeira que proporcionava vedação e contato adequado entre as embreagens internas.

Na verdade o que havia era muita desinformação. Afinal de contas, tratava-se de um dispositivo quase que exclusivo, cujo treinamento de manutenção era restrito a poucos profissionais que tinham acesso às fábricas (concessionárias) ou que disponham de recursos financeiros para receber treinamento no exterior. Além disso, quase ou nenhuma informação sobre a sua manutenção preventiva estava disponível nos manuais de utilização dos veículos. O que havia integrava os manuais de serviço, guardados a sete chaves no interior das fábricas e das concessionárias. Logo, não é de se estranhar o aparecimento de alguns mitos.

Em verdade, o câmbio automático é um dispositivo mecânico como qualquer outro. Ou seja, está sujeito aos efeitos do atrito, que desgasta as suas peças. O fluido que banha o seu interior é um lubrificante especial que possui duas funções básicas:

a) Amenizar os efeitos do atrito
b) Atuar como fluido hidráulico

Ao amenizar os efeitos do atrito, o fluido opera como qualquer lubrificante, protegendo as peças internas contra a corrosão e o desgaste. Atua também refrigerando e limpando o sistema, eliminando as impurezas. Quando atua como fluído hidráulico, ou seja, transmitindo torque e manobrando válvulas internas do sistema, fica submetido a grandes variações de pressão e temperatura.

Conclusão: O lubrificante sofre desgaste.

E como todo mundo sabe: "lubrificante desgastado traz muito mais problemas do que benefícios".

Solução: O lubrificante precisa ser substituído.

Mas qual lubrificante Usar?

Bem, não se pode utilizar qualquer tipo de fluido em um câmbio automático. O lubrificante apropriado possui características muito especiais. Chamado de ATF (Automatic Transmission Fluid) é produzido a partir de óleos básicos, de origem mineral ou sintética. Como deve penetrar em folgas muito pequenas, via de regra, apresenta uma viscosidade bem mais baixa do que a dos populares lubrificantes para câmbio manual e motor. Além disso, apresenta uma carga muito alta de aditivos, que lhe confere propriedades muito particulares.

Como exemplo pode-se citar a intensa proteção anti-desgaste, auto poder limpante e dispersante, alta resistência a pressão, alto índice de viscosidade (baixa variação da viscosidade em função da variação da temperatura) e alta resistência a oxidação (ataque pelo oxigênio presente no ar).

Com a utilização, esses aditivos tendem a se exaurir, tornando necessária a substituição do fluido. A determinação do período de troca, que pode variar desde 20 mil quilômetros até a totalidade da vida útil do câmbio, é atribuição única e exclusiva do fabricante do sistema, sendo sua divulgação feita sempre de maneira formal. Existem no mercado muitas classificações e especificações de ATF.

A mais popular é a classificação GM, conhecida como Dexron que, atualmente, se encontra no nível III. Via de regra, cada montadora e/ou fabricante de câmbio recomenda um produto de especificações próprias, cujo cruzamento com os demais existentes no mercado, é praticamente impossível, sem a ajuda de uma criteriosa e onerosa análise laboratorial.
No entanto, existem casos em que, além do produto da marca, o fabricante do sistema recomenda produtos alternativos. Mas que fique bem claro: tais substituições só devem ser feitas mediante aval por escrito do fabricante, na forma de uma instrução de serviço, um boletim técnico, ou qualquer outro documento de caráter oficial. Portanto, não invente!!!! A aplicação de um fluido inapropriado pode destruir um câmbio. O prejuízo pode ser enorme!!!

E como se faz a troca?

Muitos câmbios possuem bujões para drenagem e bocais de enchimento, como qualquer compartimento do automóvel. No entanto, existem casos em que o fluido usado deve ser drenado, mediante a retirada do reservatório (cárter) que, na maioria das vezes, é fixado por meio de alguns poucos parafusos. Neste caso recomenda-se a troca da junta de vedação.

E quanto ao filtro?

Sim, o câmbio automático possui um filtro! Na grande maioria das aplicações, em veículos de passeio, o componente fica instalado no interior do cárter do câmbio. O aceso varia de modelo para modelo. A grande maioria dos fabricantes recomenda a troca do filtro por ocasião da troca do ATF.

E onde entra o mecânico nesta história toda?
Bem, cabe ao guerreio das oficinas: convencer o dono do veículo da importância da manutenção preventiva, se preparar tecnicamente para o procedimento (manuais, peças e materiais), executá-lo com qualidade e depois ouvir a boa e velha choradeira na hora de receber a conta.

Apesar de parecer redundante, deve ser obrigatoriamente comentado que a vida do câmbio está diretamente ligada a este procedimento de manutenção preventiva.

Fonte:  https://www.omecanico.com.br/modules/revista.php?recid=256&edid=24

https://www.youtube.com/watch?v=FjxmlrbpjTk&feature=player_embedded Veja o procedimento correto para a troca de óleo do câmbio.

 

Câmbio Mecânico

 

O nível de óleo do câmbio precisa ser verificado aos 25 mil quilômetros. A troca completa deve ser realizada a cada 50 mil quilômetros, conforme recomendação do fabricante. Evite apoiar o pé sobre o pedal da embreagem, pois provoca desgaste das peças, como rolamentos e discos de
embreagem. Manter o carro numa subida, usando o pedal da embreagem e do acelerador, aumenta o consumo de combustível e gasta o disco e platô.